Muito além de um curso: a importância das atividades de extensão na Engenharia de Materiais
A história do curso de Bacharelado em Engenharia de Materiais na UFSCar se confunde com a da cidade de São Carlos e sua transformação em Capital Nacional da Tecnologia. Sem exageros, foi a partir de seu surgimento que grandes centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) foram criados em indústrias espalhadas pelo país. Além disso, grandes nomes de pesquisadores estão ligados à sua trajetória.
Foi já no final da década de 1960 que Sérgio Mascarenhas – renomado pesquisador e físico falecido no ano passado1 – junto com outros professores, idealizou a proposta do primeiro curso de Engenharia de Materiais da América Latina2. A proposta acabou sendo a incubadora da própria Universidade Federal de São Carlos, surgida em 1968. Dentre seus alunos mais famosos, encontra-se o nome de Vanderlei Salvador Bagnato, considerado hoje o pesquisador mais premiado do Brasil3, e também o ex-aluno do Colégio Interativo, Douglas Borges, que presidiu durante sua graduação o Centro Acadêmico do curso, tendo participado de diversas outras atividades extracurriculares.
Bem-humorado, como sempre foi desde o ensino médio, em sua palestra na disciplina de Divulgação Científica, Cultural e Profissional, Douglas explica que não se arrepende de ter demorado mais do que outros colegas de curso para terminar a graduação. Dedicar-se às atividades de extensão auxiliou muito em sua formação.
Durante o período em que lá esteve, ele participou da organização de eventos internacionais vinculados à Engenharia de Materiais, escreveu para o jornal “A Matéria”, organizado por alunos do curso, e também de visitas a universidades e indústrias, como a Caterpillar, em Piracicaba.
Das três ênfases que o curso permite seguir – metais, cerâmicas e polímeros -, Borges teve breve experiência com a primeira, mas acabou seguindo a última, na qual realiza estágio em uma empresa de São Carlos. Ele enaltece a importância do setor de P&D nas indústrias brasileiras, como a que ele atua desenvolvendo tubos com materiais mais resistentes, a partir do que aprendeu na graduação envolvendo polímeros.
Para ele, a participação em eventos no Interativo, como as feiras de conhecimento (Interafec) e as gincanas (Interaginca), permitiram que ele tivesse uma visão mais ampla de seu aprendizado, rompendo as paredes da sala de aula e influenciando sua trajetória acadêmica.
Texto: Renan Augusto Trindade
Fotos: Talita Barboza e arquivo pessoal de Douglas Borges
© 2022 – Colégio Interativo / Parla Donna